--- Frase de Agora! ---
"A água é para os escolhidos
Mas como podemos esperar que sejamos nós..
... eu e você?"

Máquina do Tempo: Vaga Viva do Coletivo Ideia Nossa. A única vaga viva do lado de cá da ponte =) Vaga Viva do Ideia Nossa

Destaque da Semana: Onde está o sol que estava aqui?
Ladrões de sol, crise hídrica e êxodo rural

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Crise terminal do capitalismo?

Crise terminal do capitalismo?


Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adapatar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.

A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.

A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.

O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A consequência direta é o desemprego estrutural.

Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à prescindência. Na Espanha, o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre os jovens. Em Portugual 12% no pais e 30% entre os jovens. Isso significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia. Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para atender as demandas humanas mas para pagar a dívida com bancos e com o sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais fonte de riqueza. É a máquina.

A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo está gerando. Antes se restringia aos paises periféricos. Hoje é global e atingiu os paises centrais. Não se pode resolver a questão econômica desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaças por novas avenidas de comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado submete os Estados aos seus interesses e o rentitentismo dos capitais especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem produzir absolutamene nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.

Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior competitividade, involuntariamente, criou pessoas que pensam. Estas, lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.

As ruas de vários paises europeus e árabes, os “indignados” que enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do capital. Os jovens espanhois gritam: “não é crise, é ladroagem”. Os ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central Europeu, quer dizer, são os sumo-sacerdotes do capital globalizado e explorador.

Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da super-exploracão de suas vidas e da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e penalizando a vida de seus filhos e filhas.

*Leonardo Boff é autor de Proteger a Terra-cuidar da vida: como evitar o fim do mundo, Record 2010.

sábado, 18 de junho de 2011

Sou fã. Sou pirata. Sou ladrão?


Pequena nota relâmpago de esclarecimento:

Caros amigos leitores!

O Blog Ideia Nossa está ao relento novamente e novamente os autores estão sem tempo para postar (¬¬ conta uma novidade). Sinto claramente mais uma metamorfose se aproximando, e acho que algumas coisas mudarão por aqui e assim como todos os textos postados aqui ao longo desses 3 anos mudaram a mim, aos autores e muitos leitores, há certas mudanças em nossas vidas que acabam mudando também a cara e o rumo do blog. Mas por enquanto deixo-os na curiosidade e vamos ao que interessa! Post novo! *.*

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Sou fã. Sou pirata. Sou ladrão?
Desabafo de um fã-pirata que não quer ser considerado ladrão por seus ídolos.
Sou fã.

Conheci Tuatha de Danann ainda no ensino médio. Uma amiga tinha o CD Trova di Danú, não gostava muito e acabou me "emprestando por definitivo". Já tinha ouvido alguma coisa na casa de amigos, mas ainda não tinha me inspirado para conhecer a fundo. Inspiração que veio com esse maravilhoso CD caindo nas minhas mãos.

A primeira coisa que fiz quando ouvi e gostei foi baixar a discografia na internet.

A segunda coisa que fiz - depois de já ter decorado todas as letras, viciado e viciado de tabela alguns amigos - foi ir ao show deles na EXPOMUSIC.

E adivinha? Consegui autografar meu CD e ainda fiquei trocando ideias com o Rodrigo e o Giovani, baterista e baixista respectivamente.

Pois bem, sempre curti o som da banda (até hoje tenho uma camisa do "The delirium has just began"), sempre baixei o som da banda e sempre o divulguei para todo mundo e nunca vi nada de errado nisso. Ficava feliz em divulgar uma banda de metal nacional com a qualidade dos caras de Varginha Rock City.

Não gostei quando a banda parecia chegar ao fim com a saída do mentor Bruno Maia, mas fiquei feliz quando saiu seu CD solo e logo tratei de fazer o download para conhecer. E muito bem, me apaixonei pelo som mais folk e menos metal que seu trabalho anterior no Tuatha de Danann.

Sou pirata.

Faço 21 anos este mês e tenho meia dúzia de CDs originais no meu quarto, onde a maioria absoluta deles ganhei de presente. Cresci na transição para as mídias digitais e sei que muita gente da minha idade comprou muitos CDs e compra até hoje, mas infelizmente nunca tive dinheiro para isso.

Toda a minha bagagem cultural deve-se aos downloads que fiz e faço. Ouso ainda afirmar que minha vida inteira seria diferente sem a internet, talvez sem o acesso à ela e sua dinâmica informativa nunca estaria bem informado e quem sabe nem passaria no vestibular.

Talvez daqui alguns anos falarei para minha filha de maneira nostálgica como era a época em que eu fazia downloads no Kazaa, no LimeWire, no Torrent, via Rapidshare e Megaupload, etc., da mesma forma que a geração da minha mãe sente saudades dos tempos do LP. Sim! Tenho certeza que logo, logo o formato digital mudará e se reinventará, eu só não tenho o feeling asimoviano para dar um palpite de como será.

E o que formatos digitais de músicas tem a ver com o Bruno Maia?

Sou ladrão?

Alguns meses atrás um fato ocorrido aqui no blog me deixou muito decepcionado.

Estava na ânsia de reviver o blog (mais uma vez) e os posts do marcador Dicas de Download era uma forma fácil e acessível de manter o blog atualizado. Então resolvi voltar a compartilhar as músicas que me acompanham no fone de ouvido diariamente.

Disponibilizei o álbum solo do Bruno Maia para download aqui e recebemos um comentário de um integrante da banda pedindo cordialmente para retirar o link, pois disponibilizar o CD prejudica a banda.

Bah! Os integrantes do Movimento Música Para Baixar estão se prejudicando? Músicos já consagrados na cena como Leoni, Móveis Coloniais de Acaju e Teatro Mágico entrariam nesse movimento para se prejudicarem? Ou a diferença está simplesmente na maneira de pensar de cada artista?

Retiramos o link para download em respeito a banda e retirei a banda do meu celular em respeito a mim mesmo. Nunca me interesso por nada só pela estética, e uma banda me conquista por inteiro não só com sua música, mas por suas posições ideológicas também.

Depois desse dia nunca mais ouvi o som deles e nunca mais indiquei para nenhum amigo e talvez nem indicarei mais. Quem quiser conhecer que compre o CD, não é mesmo? Aliás, você conhecia Tuatha de Danann e Bruno Maia?

Acho que não.

Eu também nunca conheceria se não fosse a internet.

Segundo Alex, integrante da banda, no próprio site oficial, "com um pouquinho de conhecimento na web é possível baixar o mesmo álbum". Eu não devo possuir conhecimento de web, pois não encontrei. Ficaria muito feliz se alguém da banda postasse o link nos comentários para mais pessoas conhecerem este maravilhoso trabalho.

Não crio esse post para satanizar a banda, nem para criar polêmicas desnecessárias.

Isso é apenas um desabafo e um convite para a discussão sobre direitos autorais e internet. Não me aprofundei nesse aspecto, ficando retido mais aos relatos pessoais, pois no final deste post há uma lista de links com ótimos textos sobre o assunto para quem se interessar e quiser se aprofundar e de quebra ainda fica o documentário "A Nova MPB: Música Para Baixar."


A pergunta que deixo para reflexão é a seguinte: Sou fã. Sou pirata. Sou ladrão?

@alvarodiogo "Compartilhe suas ideias"

Dicas de Leitura via @ftebet:
- Com Ciência: Música no ambiente digital: direitos autorais e novos modelos de negócio e distribuição
- SONIDO: O Fórum Nacional da Música (FNM) lançou um documento defendendo novo sistema de arrecadação e distribuição dos direitos autorais.Direito autoral para a música"
- Movimento Cultura Brasil: Teceria Via para o Direito Autoral
- Revista Trip: O Mistério do E-CAD
- Portal Vermelho: Sérgio Amadeu: Internet não se guia por critérios de mercado
- ECAD: Como receber direito autoral

sábado, 11 de junho de 2011

O que pensam os motoristas?

O que pensam os motoristas?

Núcleo do departamento de psicologia da Universidade Federal do Paraná se dedica a mapear o comportamento dos motoristas e aponta algumas tendências

Imagine a cena. Você está dirigindo seu carro e aparece uma bola quicando da calçada para a rua. Você, então, imagina que uma criança deve vir correndo atrás e freia imediatamente. Quanto tempo demora até que o carro pare? A maioria absoluta das pessoas responde que o carro para, quase, imediatamente. Certo?

Vamos pensar. Primeiro, estima-se que o tempo de processamento da informação para que você inicie a frenagem do veículo leva aproximadamente um segundo. Se você estiver andando a 80 km/h (ok, é uma velocidade exagerada, mas não duvide que muitos carros a atinjam em cidades grandes), esse segundo de demora para acionar o freio vai te fazer andar por mais 22 metros. Até o carro parar compleramente, ele ainda deve avançar mais 30 metros. Então, no total, o carro terá avançado por quase meia quadra. E pode, sim, atingir a criança que virá correndo atrás de sua bola.

Quer dizer, então, que as pessoas não têm real noção do perigo de dirigir um carro na cidade?

Exatamente!

Pelo menos é o que mapeia o Núcleo de Psicologia do Trânsito, da Universidade Federal do Paraná, coordenado pela psicóloca Iara Thielen. O departamento produz pesquisas que tentam compreender os fatores psicológicos do comportamento dos motoristas no trânsito. Em funcionamento desde 2007, o núcleo já conseguiu apontar algumas tendências que qualquer morador de cidade grande (ou qualquer pessoa tenha assistido o desenho do Pateta), intuitivamente, já sabe. A diferença é que, quando apresentados formalmente em estudos e artigos científicos, esses padrões de comportamento podem influenciar políticas públicas que restrinjam o uso do carro, por mostrar um de seus aspectos negativos pouco discutidos: o psicológico.

Conheça alguns dos padrões de comportamento desenvolvidos com o uso excessivo do carro:

1. O trânsito não é percebido como um fenômeno coletivo pelas pessoas.
Há um individualismo exacerbado por parte dos motoristas. “As pessoas sempre acreditam que o problema é dos outros, que correm feito loucos, enquanto que elas mesmas só exageram ‘um pouquinho’”, explica Iara. Essa é a mesma desculpa para comportamentos sociais ilegais, segundo ela. Em uma pesquisa com um grupo de pessoas que recorriam de suas multas, Iara se deparou com um infrator que tinha estacionado em local proibido e quis saber o motivo da revolta contra a multa. “Ele me disse que tinha estacionado lá em um domingo e que, por isso, não estava atrapalhando ninguém”, conta ela. “Isso é muito comum, pessoas que culpam o código de trânsito e que querem subvertê-lo para favorecer seus próprios interesses”, explica. O mesmo se dá para pessoas que param em cima da faixa: a culpa nunca é delas. É o farol que fechou e não deu tempo de seguir, por exemplo. Ou, pior, dizem não estar atrapalhando, que os pedestres podem, perfeitamente, contornar o carro.

As pesquisas também apontam que as formas de melhorar o trânsito apontadas por motoristas são mais fiscalização, mais radares para evitar o excesso de velocidade. “Ninguém nunca admite que precisa tirar o próprio pé um pouco do acelerador”, complementa. A função da fiscalização, para ela, é punir os mal educados, não educar.

2. Esse individualismo dá margem para uma noção de “propriedade do espaço público”
Os outros carros sempre são percebidos pelos motoristas como uma ameaça ao seu espaço. “Se um motorista está transitando e aparece outro em sua frente, ele logo pensa ‘como é que ele ousou ocupar meu espaço?’”, explica Iara. Todo motorista, segundo ela, pensa intuitivamente ter mais direito do que os outros e sempre encara um carro que tome sua dianteira como uma agressão. Por isso o comportamento tem se tornado tão violento. E há um componente físico que piora o quadro: o ponto cego do carro. Acontece muitas vezes de haverem “fechadas” não intencionais no trânsito. Mas, nesse ambiente de guerrilha, as reações sempre acabam sendo mais inflamadas do que o necessário.

3. Há uma hierarquia muito clara no trânsito – que define quem é “mais dono” e quem é “menos dono” do espaço público
Pedestres têm menos direitos que os ônibus, que têm menos direitos que os carros, que têm menos direitos que os carros caros. “Quanto maior o status, mais dona do espaço público a pessoa se sente”, diz Iara. Só que, no trânsito, as mesmas chances de ocupar o espaço são dadas a todos. E, como os veículos ficam atravancados no trânsito, a ocupação das ruas vira uma disputa violenta pelo espaço entre carros, ônibus e pedestres.

4. A noção de perigo é subestimada, em especial por quem é jovem
Sabe aquela história de “prefiro que o carro dê PT de uma vez, para ser ressarcido pelo seguro”? Pois bem, é um discurso muito comum, que não leva em conta as consequências do acidente que gerar essa Perda Total no veículo. O perigo de andar em alta velocidade é subestimado. “Excesso de velocidade é entendido pela maioria dos motoristas com ‘andar acima da minha capacidade de controlar a potência do veículo’”, explica Iara. “Essas opiniões individuais distorcem o sentido de segurança e do espírito social que é o trânsito”, complementa. “O cuidado com o outro é invisível porque eles acreditam que controlam absolutamente a situação e que podem parar o carro no instante em que quiserem”, adverte Iara.

5. O excesso de carros é visto por um problema pelos motoristas, que afirmam que não se deve vender mais carros… para os outros.
As cidades estão saturadas de veículos. Curitiba, por exemplo, possui a maior frota per capita do Brasil. São Paulo recebe mil novos veículos todos os dias. Claro que o trânsito vai piorar, é uma questão física: não há espaço para tantos carros. Até aí, segundo Iara, todo mundo concorda. O problema apontado por ela é quando se começa a discutir a solução. “Todo mundo diz que não se pode mais vender carros, mas absolutamente ninguém mostra a menor disponibilidade de se desfazer ou diminuir o uso do seu”, diz ela. “Não dá para viver sem carro na cidade, é impossível”, dizem os motoristas. “Ok, mas assim também fica impossível resolver tanto o problema do trânsito quanto esses padrões de comportamento que estão fazendo as cidades ficarem tão violentas”, diz a psicóloga.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Papel de Parede - Junho 2011

Já está disponível no site do Instituto Nina Rosa para download gratuito e circulação livre, o papel de parede do mês de Junho 2011.

Para baixar gratuitamente o papel de parede, clique abaixo na dimensão mais adequada ao seu monitor, salve a imagem como, clique nela com o botão direito do mouse e defina-a como papel de parede.

A reprodução é livre.

Dimensões:

Vegana - Almoço Vegano

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